02/06/2011

A elite é a maior consumidora de água por pessoa no Distrito Federal

Cerca de 24% da água captada pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) não chegam às torneiras do consumidor. Dos quase nove mil litros por segundo coletados pela empresa, dois mil litros por segundo, são retirados dos rios, mas não chegam ao consumidor final. O DF têm um dos mais baixos índices de desperdício do Brasil — a média nacional é de 37,4% —, mas ainda é considerado alto se comparados a países da Europa, onde o desperdício das distribuidoras fica em até 15%. Mas os desperdícios não param por aí, estudos da Agência Regu-ladora de Água e Saneamento do Distrito Federal (Adasa) apontam que esse índice chegam a 70% nos domicílios.

No Distrito Federal, cidades com predominância de moradores de maior poder aquisitivo, são as que mais consomem água por pessoa. Ceilândia, com 600 mil moradores, tem um consumo de 147 litros por pessoa; Taguatinga, com 258 mil habitantes, 280 litros; e o Lago Sul, com 40 mil, consome 692 litros por pessoa. Este por sua vez consome mais que Ceilândia, Taguatinga, Planaltina e Samambaia que totalizam 1,3 milhões de pessoas e têm um consumo de 657 litros por pessoa.

Matilde Piera Mazoeiro, moradora do Lago Norte, diz que tenta economizar no consumo de água e na conscientização a família em ações como a redução do tempo de banho, colocação de água em baldes para a lavagem dos carros embora a família e os secretários não a levem muito a sério. Matilde observa ainda, que sua preocupação mais recente é com a piscina, pois o motor está 'levando a água', o que aumenta o consumo. Já Aparecida Rosa de Assis Andrade, 40 anos, residente no Gama, diz consumir cerca de 10 metros cúbicos de água por mês. Acha o valor normal, e para economizar preocupa-se com várias iniciativas como os banhos rápidos, não deixar torneiras ligadas, enquanto ensaboa as louças, e evitam lavar a calçada com a mangueira.

Diretor da Coordenadoria de Fiscalização e Constrole de Perdas da Caesb, Alberto Alencar, explica que desvios e ligações clandestinas, 'gatos', furtos são causadores do enormes desperdícios de água, no entanto, que a falta de conscientização e o uso irracional da água são os grandes filões dos desperdícios de água no DF. Ainda segundo Alberto, a Caesb vem desenvolvendo ações para coibir as práticas ilegais por meio de denúncias, fiscalizações leituras e acompanhamentos periódicos bem como realizando campanhas de conscientização popular para conter essa prática. 

Mesmo localizado entre  regiões hidrográficas que abriga as cabeceiras de três importantes rios do país (Tocantins/Araguaia, Paraná e São Francisco), o DF corre o risco de sofrer com falta de água a longo prazo, justamente pela sua proximidade com as nascentes desses mananciais, que oferecem baixa disponibilidade hídrica.

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